sábado, 9 de julho de 2016

Pokémon GO - O que a Nintendo deve aprender com o sucesso do jogo


Nos últimos dias, o jogo que dominou a conversa nas redes sociais e recebeu cobertura especial de diversos sites ao redor do mundo foi Pokémon GO. A ideia de encontrar pokémons no mundo real usando a câmera do smartphone tem dado incrivelmente certo para a Pokémon Company e a desenvolvedora Niantic Labs. Por mais que o jogo não tenha a mesma profundidade dos títulos principais da franquia e seja relativamente simples, o sucesso imediato é inegável, e prova que isso é um investimento que devia ter sido feito há muito tempo.
Uma das principais forças da franquia Pokémon é a capacidade de construir diferentes experiências com base neste mundo, seja com animes, filmes, cartas ou colecionáveis. Em termos de games, isso foi algo que vimos com força na época do Game Boy e do Nintendo 64 - e da primeira temporada do anime - quando, além dos jogos tradicionais de portáteis, Pokémon Stadium Pokémon Snap eram alguns dos títulos mais populares do console de mesa.
Não é incomum ver pessoas colocando ambos os títulos em lista de melhores da plataforma (os dois estão na nossa lista de jogos mais marcantes do N64) mas desde a virada do século, essa variedade vem diminuindo muito. Esse ano, entretanto, isso mudou e a Nintendo apostou, certeiramente, em diversificar a série.
Primeiro veio Pokkén Tournament, jogo de luta 3D feito pela Bandai Namco. Ele impulsionou as vendas do Wii U no Japão e encontrou sucesso dentro do seu segmento do mercado ocidental, surpreendendo muitos ao ser incluso no catálogo de títulos que fazem parte do Evolution 2016, o principal torneio da comunidade de jogos de luta do mundo.
E então veio Pokémon GO, a ideia certa na plataforma certa. Pokémon é algo que transcende games e atrai pessoas que não estariam interessadas em outros casos. A simplicidade da ideia, algo que a Niantic já tinha experimentado com Ingress, se encaixa perfeitamente na plataforma, e como consequência, Pokémon GO encontrou o lugar perfeito para capitalizar nisso.
Pokémon GO já está no topo da App Store norte-americana, na quinta (7) ele passou o dia entre os trending topics do Twitter (inclusive no Brasil), pessoas do mundo todo estão jogando e comentando. Qualquer dúvida sobre o sucesso do jogo por não ser um "verdadeiro Pokémon" desapareceram. Agora, a Nintendo e Pokémon Company precisam aprender com isso.
Os personagens e mundos da Nintendo têm, por natureza, um alcance que não existe nas propriedades intelectuais da Sony e Microsoft. Por fazer parte da infância de muitas pessoas, Pokémon, Mario Mario Kart podem atrair um público que normalmente não estaria disposto a gastar dinheiro e tempo com games. E isso Pokémon GO provou, e é por isso que a empresa tem que investir mais na variedade.
Um Pokémon para o NX ajudaria tremendamente no sucesso do console. A franquia se encaixaria perfeitamente em um ambiente de RPG de mundo aberto, algo que Ni No Kuni: Wrath of The White Witch deixou muito claro, num card game no estilo Hearthstone ou em diferentes experiências multiplayer.
Indo além de Pokémon, um Super Mario tradicional para mobile é uma jogada tão óbvia, que é surpreendente isso não ter sido anunciado ainda. Variedade sempre foi uma das principais armas da Nintendo, e eles não podem abandonar isso agora, especialmente quando estão passando por um momento difícil no mercado. Poucos mascotes tem o mesmo nível de popularidade que o encanador de bigode, e os diferentes jogos do personagem, como Mario Kart, Tennis, Party funcionariam bem em qualquer plataforma, inclusive mobile. Se o Animal Crossing para smartphones que a Big N está produzindo for um jogo completo, ele será mais um tiro certeiro.
A Nintendo deve olhar para o sucesso de Pokémon GO como uma prova de que limitar o tipo de jogo que sai de suas franquias - ou mesmo limitar as plataformas onde elas estão presentes - é um erro. A empresa tem todas as cartas necessárias para vencer tanto na chegada do NX quanto na sua entrada no mercado mobile.

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